O trem da Serra do Mar Catarinense é um passeio lindíssimo e tranquilo para todas as idades feito entre as cidades de Rio Negrinho e Corupá – ou seja, é diferente do trem feito de Curitiba a Morretes e de qualquer outro trem de SP, inclusive por ser uma Maria Fumaça original.
O passeio acontece em alguns finais de semana no ano conforme calendário, e você pode fazer tanto trajeto de descida que começa em Rio Negrinho e termina em Corupá quanto o de subida que faz o caminho inverso – há transporte rodoviário opcional ao ponto de origem após o término.
Atente no calendário que são vários trens do Sul do Brasil administrados pela ABPF – Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – e este se chama exatamente Trem da Serra do Mar. Há outros que com certeza são bacanas, mas não se tratam desse passeio que foi nossa experiência, como o Trem Caiçara e o Trem dos Vales – que passa pelo viaduto mais alto da América Latina.
O passeio completo dura 5h, mas não são cansativas não, já que possui algumas paradas, atrações no próprio trem, e momentos em que observar a paisagem é o mais gostoso pra se encantar e fazer muitas fotos no trecho da Serra.
Já adianto que, se você pegar a descida saindo de Rio Negrinho, você tem mais oportunidades de ver paisagens bacanas no lado esquerdo do trem, e o inverso se for a subida, mas mesmo assim não se preocupe se sentar no outro lado, porque também dá pra apreciar tudo o que o passeio oferece.
Fiz o passeio com meus filhos de 5 e 8 anos saindo de Curitiba e fizemos bate volta. Deu certo, mas saímos bem cedo de casa e voltamos a noite, o que foi um pouco cansativo. Cada “pernada” demorou cerca de 2h.
O Bate Volta de Curitiba, assim como de outras cidades catarinenses é sim possível, mas acho melhor mesmo fazer com calma e ter ao menos 1 pernoite na cidade ou arredores, o que te dá mais tempo para inclusive curtir e conhecer a própria localidade. Algumas opções são:
> Hotel Pousada das Araucárias – Centro de Rio Negrinho: Simples, bem básico e o mais próximo da estação de trem.
> Fazenda Evaristo – Pouco afastada do Centro, ainda em Rio Negrinho: Estadia com opções de lazer para curtir com casas de aluguel, boa para combinar uma reunião de família!
> Serra Alta Hotel – São Bento do Sul: Uma ótima e charmosa estadia na cidade vizinha, que é colada em Rio Negrinho. Cheia de natureza, piscinas e boas atividades, super vale inclusive porque nós já fomos e você pode ver nossa experiência neste post.
> Hotel Stelter – São Bento do Sul: Também na vizinha e com um estilo encantador, comdecoração estilo alemão e muito aconchego – vai bem para casais!
> Piazito Park Hotel – Piên: Pra quem quer unir o passeio com uma hospedagem estilo hotel fazenda, em cerca de 30 minutinhos você chegará na estação a partir do hotel, que tem uma super estrutura para a família aproveitar bastante!
A vantagem do pernoite é também a oportunidade de curtir um pouquinho mais das duas cidades vizinhas, e até mesmo montar um roteirinho que envolva Corupá.
Em Rio Negrinho e São Bento do Sul há ótimas lojas de móveis, opções gastronômicas especialmente de comida alemã, centrinhos para conhecer e outros detalhes. Já Corupá é a terra da Rota das Cachoeiras, um lindo trajeto de 14 quedas que são incríveis.
Como fizemos bate volta e felizmente conseguimos fazer sem problemas ou atrasos, tirei ao menos uns minutinhos para conhecer a praça central de Rio Negrinho, antes de nosso embarque às 9h30 da manhã. A praça fica a menos de 5 minutos de carro do estação.
Chegamos 8h15 na cidade em um dia friozinho de outono (mas depois esquentou legal) e estacionamos em uma área pública na parte de cima da praça.
Não tem erro, é tudo indicado e fácil, e estava acontecendo também uma pequena feira do outro lado da rua da praça, que imagino que aconteça aos sábados.
O símbolo da praça é a chaminé da antiga fábrica de móveis CIMO. Ele teve grande importância na cidade e foi uma das maiores empresas do ramo há algumas décadas atrás. Após seu fechamento tudo foi retirado, mas permaneceu a lembrança da empresa até hoje no local.
Ali agora conta não apenas com alguns espaços verdes, mas também está logo atrás a Prefeitura da cidade, e pequenas lojinhas de artesanato – não pude vê-las pelo horário infelizmente, mas é tudo ali. Mais a frente, também tem um parquinho infantil com brinquedos bacanas em madeira, e vários lugares bons para fotos.
O bacana é que esta praça tem tipo um caminho com placas de pequenas experiências, pra percorrer no seu entorno. Pelo tempo não segui o caminho, mas pareceu muito legal de fazer – por isso o interessante de ter ao menos uma manhã ou tarde extra nela.
Caminhando não mais de 2 quadras, você encontrará a praça do avião, mais um símbolo da cidade, e bem no início dos comércios centrais. Também há um casarão histórico com o Museu Carlos Lampe, e pouco mais a frente a bonita Igreja Matriz Santo Antônio de Pádua.
Tudo isso foi um visual de 40 minutinhos que foi só pra conhecer, e seguimos então para a estação ferroviária pra começar o passeio do trem da serra do mar. Apesar de ter uma placa de estacionamento em uma entrada, era bem estranho o espaço, como se fosse os fundos da oficina do trem.
Por isso, vimos mais gente estacionando ao lado da entrada mesmo que fica na rua acima ao lado do local de embarque da estação. O pessoal deixa o carro na rua mesmo, todos os turistas e ficou tudo bem: coisas boas de cidades pequenas.
Na entrada, é possível ver um mini museu ferroviário e algumas máquinas por lá, onde já garantimos as primeiras fotos.
É possível comprar antecipado (o que recomendo, visto que pode sim esgotar os ingressos) ou na hora se houver disponibilidade.
Independente da sua opção de compra, é bem importante passar no guichê da bilheteria antes de embarcar, visto que o passeio inclui alguns opcionais, e você precisa pegar os tickets de cada um conforme sua opção de compra. Eles são:
> Incluir ou não retorno rodoviário na estação final, caso queira permanecer em Corupá;
> Incluir almoço no meio do passeio, o que recomendo fortemente, pois não tem outras opções no meio da serra, e você terá que trazer algo de casa se não comprar com esta opção (pode sim levar comidas e bebidas sem problemas);
> Incluir café colonial no final do passeio: este vejo como real opcional, mas ele é bem gostoso.
Na bilheteria você escolhe tudo o que deseja, e recebe pulseiras e tickets conforme sua escolha. Eu só não vou incluir os preços porque podem ter variações pela época, mas no site passeios de trem você encontra tudo fácil e pode comprar online.
Super importante: na bilheteria você compra os vouchers, mas ao longo do caminho você terá a opção de comprar comidinhas e lembranças. Leve dinheiro! Infelizmente na maior parte do trajeto não há sinal de internet, e isso não permite nem mesmo fazer Pix, e não ofereciam máquinas de cartão. Pega os trocadinhos por via das dúvidas e leva para não faltar nada.
Hora de entrar no trem da serra do mar! São vários vagões dessa linda Maria Fumaça e que você vai escutar o apito muitas vezes, sem se cansar, e todo mundo que vê ela passando pára pra ver e fotografar.
Cada vagão tinha uma cor de assento e o nosso era vermelho. Apesar de antigo, tudo estava bem cuidado e conservado, tinham lixinhos em cada banco e sentamos em nosso banco.
Eles são confortáveis, mas apertadinhos, e um recado especial para crianças até 5 anos: eles são isentos de pagamento, porém, ainda bem que nosso lugar estava vazio ao lado e acabei usando o banco, porque uma criança que é maior de 2 anos já fica muito apertada no colo no banco, então é de se pensar se não compra um espaço pra ela também.
Por outro lado, se você estiverem em mais de 4 pessoas, não comprem ao lado um do outro, mas sim um atrás do outro, porque é possível virar os bancos e vocês ficarem de frente, o que fica inclusive mais espaçoso!
Tirei minha foto na janelinha antes do trem da serra do mar começar a andar e partimos! Isso tem uma recomendação porque passamos por trechos de mata fechada e inclusive túneis que podem nos machucar. Por isso, aproveita os momentos de trem parado para fazer fotos assim.
O início do passeio é tranquilo e passa pela cidade. Tivemos a presença de dois artistas com sanfona e muito ânimo cantando músicas alemãs e brasileiras, no maior estilo Oktoberfest. Eles passam em todos os vagões e foi bem divertido.
Neste trecho o trem ainda está em área urbana, e não se perde nada da paisagem, só se ganha na diversão. Uma contribuição aos músicos é voluntária.
Ali também são oferecidos refrigerantes, chopp em uma caneca especial do passeio e snacks e comidinhas, como banana passa e biscoitos artesanais.
Cerca de 1h depois da saída, chegamos em nossa primeira parada, a Estação de São Bento do Sul.
Neste local há um pequeno Museu da Música, que foi feito em homenagem ao Maestro Pedro Machado Bittencourt, que tem uma história importante com a música na cidade ao ser regente e compositor de diversas canções e inclusive do Hino da Cidade.
Além disso, há uma tenda de quitutes, entre bombons, pastéis e itens artesanais que podem ser adquiridos na hora para mais um lanchinho.
Este também é um ótimo momento para tirar fotos junto com o trem, onde é possível ver mais de perto a Maria Fumaça. A estação fica em um local plano e bom para curtir o trem da serra do mar bem de pertinho (com um tanto de segurança claro, já que ela é quente). Nesta hora que tiramos a foto de capa do post.
Depois disso, já seguimos nos trilha para começar o trajeto da Serra do Mar até a parada seguinte na Igreja de Rio Natal.
Andamos mais um pouquinho em um trecho urbano até a estação de Rio Vermelho, onde paramos por uns 15 minutos sem descer do trem, e isso acontece por que a cada estação o trem obrigatoriamente precisa comunicar à central de controle das ferrovias sua chegada e conseguir a liberação para seguir em frente em segurança sem ter o risco de colidir com outro trem.
A partir dali a paisagem começa a surgir e aproveitamos bastante esse trecho. A natureza é linda e generosa, e também passamos por alguns túneis – no total do passeio são 5 – e sempre é uma diversão, porque a escuridão de fato vem com tudo.
No trecho da Serra vemos vales, pontes metálicas, pequenos rios e até cachoeira – mas bem ao longe. Além dos muitos apitos da Maria fumaça. Esta 1h30 até a parada de Rio Natal passa muito rápido, e ali paramos bem no meio da Serra, e almoço é bem ali junto da Igreja.
Essa parada tem esse campo com a bonita visão do Morro da Igreja – que não tem esse nome a toa, está aí o motivo: é na Igreja de Rio Natal que você consegue ter esse lindo visual do cartão postal do passeio.
A Igreja também estava aberta para visita e você pode conhecer rapidamente o local, que está bem conservado.
O passeio inclui um almoço servido em buffet, com opções de saladas, guarnições, carnes e sobremesa. É tudo caseiro e saboroso, ainda que seja simples, mas nosso almoço foi ótimo. A parte, é possível comprar bebidas, como água e refrigerante.
O almoço dura cerca de 1h e aqui já passamos da metade do passeio. Seguimos para o trecho final de descida no trem da Serra do Mar até a última estação em Corupá.
Neste trecho vemos mais algumas bonitas paisagens da Serra, e muitas plantações de banana, que é um dos principais produtos da cidade. Além disso, é neste momento que acontece a venda de lembranças do passeio, o que inclui imãs, camisetas, canecas e miniaturas do trem.
Também temos uma das mais bonitas visões do Morro da Igreja, e também seguimos ao lado do Rio Hansa por um bom pedaço, até entrar na área urbana de Corupá.
Esse último trecho também dura cerca de 1h para finalmente desembarcarmos na Estação de Corupá. Já estamos um pouco mais preguiçosos e os meninos acabaram cochilando no final.
Sabe quem também não está longe de Corupá? A simpática Pomerode! Confira aqui 11 dicas de como curtir a pequena Alemanha!
Ao chegar em Corupá havia uma vendedora de comidinhas – com banana claro, e como nós retornaríamos para Rio Negrinho, assim como a maioria dos turistas, os ônibus já estavam nos aguardando.
As pulseiras que nos dão geralmente diferenciam cores de quem vai para o café colonial de quem não vai, para facilitar o trajeto de retorno. Essa volta de ônibus dura cerca de 1h e crianças que vieram no colo no trem também devem voltar no colo no ônibus.
Confesso que, talvez por nós termos acordado bem cedo eu já tinha me arrependido do café colonial pelo cansaço, mas felizmente fui surpreendida ao chegar ao local.
Uma ótima variedade de tortas, frios, doces, pães e muitas outras delícias nos aguardavam na chegada do passeio, que fica pouco após a própria estação de Rio Negrinho.
Nós comemos super bem e até compramos um queijinho para levar pra casa. Nos deu a energia que precisávamos para pegar a estrada para Curitiba já no final da tarde. Mas reforço que o pernoite cai bem acho que principalmente após o passeio.
O passeio foi muito bacana e acho que vale para todas as idades. Meus meninos adoraram e vimos inclusive famílias com bebezinhos curtindo o trem da Serra do Mar.
Também acho que é uma oportunidade de resgatar o passado e curtir um passeio diferente, afinal não é todo lugar que oferece um passeio assim.
E tivemos muita sorte mesmo pelo dia lindo que fez, já que o céu estava azul e antes da partida de Rio Negrinho, o pôr do Sol foi um dos mais lindos que já vi na vida com a quantidade de cores e tons. Claro que dei uma paradinha no alto da praça para registrar.
Se você curtiu, como indiquei no post antes já, você pode adquirir ingressos para o trem da serra do mar no site Passeios de Trem e claro, conhecer estas cidades ao redor vale bastante a pena. Bora?
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