Fazer uma Viagem para Fernando de Noronha com a minha família foi uma grata “surpresa programada”. Contra muita gente que acha que Noronha não é pra criança, tive a alegria de ter a experiência própria com meus filhos que planejamento com disposição fazem a viagem funcionar, e surpresa de ter sido melhor do que o esperado.
Claro, não temos as mesmas facilidades de outras localidades. Estamos falando de natureza, longe do continente, e todo destino natural tem mais cuidados a se tomar. Ainda assim, é possível sim montar uma Viagem para Fernando de Noronha com tranquilidade, se considerar um bom planejamento logístico e financeiro. Este paraíso tem seu preço: custa caro, mas vale cada centavo.
E aqui, ainda que vou falar de nosso roteiro em Noronha, não posso recomendar você fazê-lo exatamente como fiz, mas de usá-lo como uma boa base à sua viagem para Fernando de Noronha (sim, é um roteiro flexível). Isso porque no nordeste, em comparação ao sudeste e sul de nosso país, tem uma influência MUITO maior da maré em suas praias, ou seja, ela sobe e desce pra valer, e você tem uma faixa de areia enorme em um período do dia, só que poucas horas mais tarde pode estar o mesmo lugar totalmente tomado de água.
Por isso, vou colocar o roteiro em “períodos”, que serão blocos de passeios, e você pode se situar e fazer os ajustes necessários (você vai entender), considerando não apenas o que você de deseja fazer, mas a influência da maré.
Antes de qualquer coisa, existem alguns pontos a se considerar antes de partir a uma Viagem para Fernando de Noronha com a família, e eles são:
> Época: Há uma variação bem definida em relação as principais praias. De novembro a março, o mar é agitado e perfeito para os surfistas (pico em janeiro e fevereiro) e este fenômeno de ondas se chama swell – todo mundo fala isso lá.
Já entre abril e outubro o mar é mais calmo, padrão piscina (pico em julho à setembro), com um pouco de mistura entre os meses de transição. Veja o que você mais se interessa.
Com crianças em geral é melhor a calmaria, mas sempre há piscinas naturais e brincadeira na areia pra qualquer época. Fomos no início de novembro e ainda pegamos águas calmas.
> Taxas: Sua viagem começa antes do embarque e você precisa saber que existem dois valores importantes a serem pagos para a visita ao Arquipélago.
A primeira é obrigatória, que é a TPA – Taxa de Preservação Ambiental. Ela tem um valor diário de R$ 73,52 pagos a partir de 5 anos de idade – valor de novembro/2019. Eu recomendo realizar o pagamento da TPA previamente pela internet, com no mínimo 4 dias de antecedência (não sei exatamente o motivo, mas você só consegue pagar após 2 dias do boleto emitido, senão o banco diz que o boleto é inválido).
Você preencherá um formulário que calcula automaticamente o seu valor, de acordo com o período que você ficará no destino. Para cada pessoa acima de 18 anos é um formulário e boleto diferentes. Para os menores de 18 anos, eles entram como acompanhantes de um adulto, no mesmo formulário.
Veja no Instagram do Turismo em Família todos os destaques (desde a preparação) nossa viagem à Fernando de Noronha
Eu também cheguei a incluir meu filho mais novo, que estava com 2 anos durante a viagem, no sistema, mas ele foi tirado automaticamente por não pagar a taxa.
O sistema também gera alguns comprovantes em 3 vias além do boleto, que você precisa levar com você. Na chegada no aeroporto você vai entregar o boleto pago e os comprovantes, e serão retornadas duas vias para você guardar e entregar na saída (TEM QUE GUARDAR, senão pode ter que pagar algo a mais).
Nessa hora você tem que apresentar um documento de quaisquer crianças abaixo de 5 anos com você também, que o atendente vai entregar um comprovante de entrada para isentos, e segue a mesma regra de devolver na saída.
A segunda taxa na realidade é um ingresso não obrigatório, mas que todo mundo adquire porque o mais buscado e interessante da Ilha está dentro da área do Parque Nacional Marinho.
Ainda que existam praias muito lindas fora do parque, o Mirante do Morro Dois Irmãos, a Praia do Sancho (eleita a mais bonita do mundo pelos viajantes do Trip Advisor), a Praia do Leão e Sueste fazem parte do parque. Por isso, ele acaba sendo obrigatório por que eu jamais deixaria de ver esses atrativos por lá.
A notícia boa é que o ingresso é isento para crianças até 12 anos e idosos acima de 60 anos. Para os demais o valor é de R$ 111,00 para brasileiros e R$ 222,00 para estrangeiros, e vale por 10 dias a partir do pagamento, o que é mais do que suficiente.
Este ingresso você até pode comprar antecipado também e apenas pegar a carteirinha quando chegar, mas é tranquilo comprar na hora. A maioria das pessoas compra no Projeto Tamar / ICMBIO, mas nos pontos de entrada das praias de Sueste e Sancho / Golfinho (PIC’s) também é possível comprar, inclusive com cartão.
São lojas e bem estruturadas, porém a maioria prefere compra no ICMBIO porque lá também tem agendamento de trilhas que precisam ter esse agendamento obrigatório, caso do Atalaia, caso tenham como fazer!
> Preços: Absolutamente tudo é mais caro em Fernando de Noronha do que em qualquer outra parte do Brasil, e tem um motivo: é tudo mais difícil de chegar lá: frutas, carnes, suprimentos em geral precisam vir avião ou de barco (que demora 2 dias pra chegar lá). Já faça um orçamento mais alto, leve um dinheiro a mais e veja o que consegue, mas fato que sempre será caro.
> Mala: É quente o ano todo, e roupa é o básico de praia, entre maiôs e chinelos. Porém, considero alguns itens bem interessantes e usados por nós como (opções de compra nos links):
- Snorkel ou ao menos máscara de mergulho, inclusive um modelo para crianças – Mateus usou e amou ver os peixinhos, mesmo que cada mergulhada fosse rápida. Há passeios que emprestam, mas toda praia tem vida marinha, e se estiver por conta pode perder de ver alguma coisa.
- Camiseta com proteção solar, especialmente um modelo para crianças – os meus usaram todos os dias!
- Um bom Protetor solar e repelente, eu comprei inclusive um modelo que era os dois juntos; e também usamos uma excelente pulseira repelente bem confortável, ótima pra usar inclusive de noite e uma mão na roda até para bebês, que tem restrições de uso até 2 anos de idade (menos de 6 meses não pode).
- Snacks – sim levei alguns na mala porque tem algumas coisas mais caras ou menor variedade, e alguns biscoitinhos, barra de cereal e guloseimas e decidi levar na mala, e comemos!
- Sapatilhas para trilhas – são mais fininhas, mas com solado emborrachado, e uma boa alternativa que seca rápido depois de molhar, e também fica bem mais fácil de subir as partes com pedras. Indiquei uma opção da Amazon, mas comprei para mim e para as crianças na Decathlon (infelizmente não fui patrocinada por essa).
- Kit de Canudos de metal: a ilha tem um projeto de plástico zero, e descartáveis menores do que 500ml, como copos ou canudos, são proibidos. Usei muito os canudos de metal com as crianças, inclusive em restaurantes!
> Vôos: O aeroporto (que é micro, tem poucas lojas e espaço e você provavelmente vai ficar apertado na sala de embarque, prepare-se), em geral recebe os aviões no horário do almoço até o meio da tarde, e algo bem prático: O avião chega, desembarca, e logo em seguida já tem embarque de quem já está indo embora.
Por isso, já considere que não é possível chegar cedinho, ou de noite para dormir, e creio que isso não vá mudar, visto que existe um controle de acesso de entradas e saídas, já funciona assim e não deve aumentar não, tudo pela preservação!
Então, considere que seu roteiro sempre terá uma chegada no meio da tarde (salvo atrasos) onde você poderá chegar e escolher uma praia pra molhar o pé assim que se instalar; e ainda ter um tempinho pra se despedir pela manhã, até de ver um último nascer do sol se estiverem animados!
> Hospedagem: Existem várias pousadas de todo tipo na Ilha/Arquipélago, e claro, você vai pagar mais caro em uma delas do que em qualquer pousada no Brasil pelo mesmo padrão, e isso funciona assim. Aí é necessário pesquisar o tipo e padrão desejado (recomendo aqui pelo Booking.com que já consegue fazer estes filtros) e definir a opção que preferir.
Fique atento(a) porque, ou você ficará longe da Vila dos Remédios (centrinho do arquipélago) e mais perto de alguma praia, ou o contrário. Aliar as duas coisas é bem difícil.
Nós escolhemos nossa estadia considerando isso, assim como um quarto que fosse quádruplo (eu estava com meu pai e as duas crianças), e que tivesse bercinho para meu filho. Encontrei a nossa opção na Pousada Canto do Boldró, na praia do Boldró. Lugar simples, mas com camas confortáveis, café da manhã, lanchinho no fim da tarde – uma mão na roda no pós praias – e até kit de higiene para os meninos. As responsáveis era duas senhoras incríveis e foi uma estadia excelente!
Veja o review completo da Pousada Canto do Boldró pelo link e faça sua reserva pelo blog (afinal você viu a dica aqui)!
> Locação de Carro: O roteiro que proponho TEM QUE ser feito de veículo alugado, e nesse caso, você pode andar ou de bugue, que é o mais comum, ou de carro 4×4, mas que é mais cara a locação do que o bugue, mas é bem mais confortável, com ar condicionado e segurança, especialmente por termos as crianças conosco, foi realmente um grande diferencial.
O fato é que as praias não são tão distantes de carro, 5-10 minutos de distância umas das outras, mas sempre com uma subida/descida. A pé não é nada viável, então as outras opções precisam ser avaliadas. Não tem estacionamento – você pára sem pagar nada em lugar nenhum, e consegue ver MUITO mais neste roteiro em Noronha de carro do que de outras formas.
A locação fica em média R$ 320,00 por dia para o bugue e R$ 500,00 para o carro – você pode negociar alguma coisa, mas não espere muito. Nós alugamos por um dia na Locbuggy, mas infelizmente minha experiência com o atendimento e serviço deles não foi a melhor, mesmo que outras pessoas não tenham tido esses problemas. As locadoras tradicionais do mercado não operam na Ilha.
Nossa sorte foi que as senhoras da Pousada Canto do Boldró fizeram um preço melhor em um carro mais novinho para nós, que elas ofereceram por estar disponível no dia, e vale a pena conversar já na reserva sobre seu tipo de grupo e se há disponibilidade para usar.
É possível também andar de ônibus, que custa a passagem por 5,00 e tem paradas estratégicas a cada 30 minutos, como no Porto, Vila dos Remédios e Sueste – mas tem que ficar bem de olho e não pára em todos os mirantes e praias.
Outra alternativa é usar táxi – não tem Uber – mas não é fácil pegar pra volta de algumas praias (sinal é bem oscilante), assim como cada corrida curta custará R$ 30,00 – R$ 45,00. Se você quiser ver algumas praias no mesmo dia, provavelmente dará o preço da locação.
Por fim, você pode fechar passeios diários com agências locais, e neste caso, eles possuem transporte. Porém, é o esquema da agência: horários definidos e passeios mais padronizados, e nosso estilo de viagem é ter mais liberdade de ir e vir. Claro que um ou outro passeio pode ser feito sim, como o de barco, mas acho que todos é demais, e o carro te dá muita liberdade pra fazer o dia render no ritmo de vocês!
Enfim, o roteiro da viagem para Fernando de Noronha!
Esse foi nosso roteiro e o trajeto que fizemos é uma base pra você fazer o seu, espero que ajude!
Dia 01: Saímos de madrugada de Curitiba, e encaramos 3 vôos até o destino. Chegamos na metade da tarde, deixamos rapidamente nossos pertences na pousada (não tem trânsito com muvuca, e tudo é perto, 5-10 min de quaisquer estadias).
Queríamos logo ver um pouco da praia, então só nos instalamos na Pousada Canto do Boldró trocamos de roupa e logo descemos para a Praia do Boldró. A maré já estava alta, mas não nos impediu de brincar na areia, ver um mar azulzinho e fazer uma caminhada e uma pequena subida pra ver a Praia do Americano do alto, a vizinha, e ali você já tem um visual lindo do Morro Dois Irmãos.
Nesta altura meu pequeno de 2 anos já estava totalmente empanado, no maior estilo “noronhe-se”, já que Bruna Marquezine fez questão de popularizar essa.
Voltamos, nos arrumamos e já pegamos o carro que combinamos da pousada para jantar. Passamos no Tamar / ICMBIO fazer nossas carteirinhas do parque – foi bem rápido – e fomos para o centrinho. Porém, se quiser, diariamente o Tamar realiza palestras às 20h com temas relacionados a biodiversidade marinha. São gratuitas e não podem
Nós vimos que o movimento no Restaurahte Xica da Silva ainda estava tranquilo e é uma das referências da Ilha, então logo fomos lá. O investimento comparado com outras opções é um pouco maior, mas a comida é de fato deliciosa. Provamos uma moqueca de camarão e o baião de dois, e estavam deliciosos!
Dia 02: Nosso primeiro passeio oficial da viagem para Fernando de Noronha foi justamente um tradicional de Passeio de Barco. Existem opções diferenciadas com ou sem almoço, que busca ou não na pousada, ou mesmo em barcos privativos, mas que não acessam todas as praias.
Fiz um post específico sobre passeio de barco em Noronha que vale ler para escolher o que você preferir. Nós fizemos um privativo e foi ótimo, com direito a almoço em alto mar e golfinhos maravilhosos ao nosso redor, são muito lindos!
Leia o posto completo: Passeio de Barco em Noronha – Qual escolher?
Dali saímos pela praia do Porto – aliás lindíssima, você não imagina um porto tão gostoso que dá sim pra ficar e curtir – e subimos para o Museu do Tubarão, Buraco da Raquel e a Enseada dos Tubarões.
Ali foi bem legal. As vistas são lindas, são mirantes incríveis, e há um pequeno restaurante museu sobre os hábitos dos tubarões, com uma lojinha.
O que mais gostamos porém foi a Enseada, que você vê de um morro mais alto, onde você também já pode ver a pequena igrejinha de Noronha (famosa por casamentos paradisíacos). Ali é a “casa dos tubarões” o que significa que eles ficam ali para se alimentar – tem sardinhas a vontade para eles, então não precisa se preocupar de eles te morderem, sempre estão cheios – e meu filho mais novo, fissurado por tubarões, não queria ir embora, e nem nós por um tempo: é muito legal observá-los, e tem alguns realmente grandes! Fomos por volta das 14h e já estavam alguns ali, mas pode ter mais um pouquinho depois.
Decidimos então ir até o centro tomar um sorvetinho, e bem no meio do coração dele, na Praça Flamboyant, vale muito a pena provar qualquer sabor da Gelateria Paradiso, são divinos, me dá água na boca de pensar!
Seguimos dali para a Praia do Sueste, e esta já é dentro do parque e precisa da carteirinha. O acesso nela é bem fácil, tem o PIC de apoio com loja e lanchonete, e achei uma excelente opção pra famílias. Ali também tem um lado de corais que é possível fazer snorkel com colete para avistá-los. Apenas atenção que a praia fecha mais cedo que as demais, às 16h00, e foi até quando ficamos.
Nosso fim do dia foi de mirantes de tirar o fôlego. Fomos até o mirante da Praia do Leão (um dos meus favoritos, mas não descemos até a praia, é possível, mas o tempo era curto), Ponta das Carrancas e outro lado da Baía do Sueste.
Há muitos resquícios de pequenos fortes e canhões, ao mesmo tempo com a natureza exuberante. Todos estes acessos era pequenas trilhas marcadas e fáceis, e as crianças nos acompanharam tranquilamente!
Por fim, jantamos na Pizzaria Forno Noronha, que fica bem ao lado de nossa pousada (entre ela e o Tamar), e não tem nenhum diferencial específico, mas estava muito boa!
Em resumo: o roteiro desse dia foi Barco de Manhã e Praias com Mirantes de tarde. Você pode inverter essa ordem sem problemas ou adaptar o que preferir! O carro foi essencial, pois usávamos ele a cada parada que mencionei.
Dia 03: A maré da manhã era baixa e estava na hora de fazer o que eu mais queria, a Praia do Sancho, eleita algumas vezes pelos viajantes do Trip Advisor a mais bonita do mundo, hora de ver se era verdade e enfrentar a tal “escadaria na pedra” que o pessoal dizia ser difícil com as crianças!
Chegamos com com o carro no local. Ali você passa pelo PIC e tem um primeiro acesso via rampas feitas de material reciclado. Além da escada, ali você tem a vista de tirar o fôlego do mirante do Morro dos Dois Irmãos, e ainda um segundo mirante com a Baía dos Golfinhos, porém, começamos com o Sancho, e você já tem a vista dela do alto, de chorar de emoção!
A escada é de fato estreita, mas é curta. Na verdade são duas escadas amarelas entre as rochas, cada uma com uns 20 degraus, e depois uma escadaria normal, porém de degraus altos.
Fomos com cuidado sendo que o Mateus, de 6 anos, desceu sozinho, apenas com meu pai acompanhando na frente; e eu fui com o André de 2 anos no colo. Parei até no meio da escada pra dar uma ajeitada, mas se você está acostumada(o) a carregar a criança no braço no dia a dia, não deve ter problemas. Descemos em 10 minutos e achei mais fácil do que o esperado, mas ainda assim vá com MUITO cuidado e calma.
Importante: a escadaria tem hora para apenas subir ou apenas descer, com troca a cada hora. Nesse caso, se você perder o horário terá que esperar, já pensei nisso. A tabela de horários funciona direitinho, começando com descida a partir de 8h da manhã, e só subida depois das 17h00 até às 18h00.
Outro ponto: leve uma mochila pra descer com ela nas costas, e não bolsa, pra ficar fácil de segurar os degraus. Toalha, água e um lanchinho, já que não tem nada de estrutura (encontre sua sombra no paredão ou em uma árvore), afinal, se perder ou resolver ficar mais tempo lá embaixo, tudo o que está pra cima vai ter que esperar.
E bem, a praia é de fato incrível e única, e merece o título. A água tem uma transparência sem igual, peixinhos passando ao nosso redor, e um azul na paisagem de tirar o fôlego. Foi o ponto mais alto da nossa viagem para Fernando de Noronha.
Nós fomos, e ficamos! Estava tão gostoso que decidimos ficar 1h a mais, e as crianças brincaram demais na água, assim como depois, na sombra da árvore (ah, levei uns brinquedos pequenos de areia na mala, foi uma ótima pedida). Só depois que, na hora que subimos, já estavam mortos de fome. A subida foi tranquila, mas cansativa, afinal, é um paredão bem alto, e o negócio é ter fôlego.
Nós fomos rapidamente para o mirante do Morro dos Irmãos tirar uma foto com o símbolo do arquipélago, e depois saímos rumo ao almoço, e optamos por ir à praia da Cacimba do Padre. É a partir dela que tem acesso até a Baía dos Porcos, e saímos do Sancho à Cacimba de carro.
Ali, tinha a Barraca das Gêmeas, um lugar muito simples mesmo, mas que foi uma de nossas comidinhas mais honestas para o almoço, com peixe e acompanhamentos, foi gostoso. Na praia tem guarda-sol com cadeiras pra alugar, mas não vi servirem petiscos, apenas bebidas (talvez tenha, vou ficar devendo essa).
Depois de comer, chegamos a tentar ir para a Baía dos Porcos, mas desistimos, a maré tinha subido muito e estava muito difícil acessar, então mudamos o roteiro para ir nela no dia seguinte (e último). Então saímos e decidimos primeiro voltar ao PIC Sancho – Golfinho porque a fome não nos permitiu ver o Mirante dos Golfinhos, que é lindo demais! A partir do centro de apoio há um acesso de 950m totalmente acessível, é só caminhar e aproveitar.
Aí já era fim de tarde, e enquanto um dos vovôs (sim. tínhamos dois lá) queria descansar um pouco, ele levou meu pequeno pra dormir também, e fomos então tentar ver o Pôr do Sol no Forte Nossa Senhora dos Remédios. A vista é linda, mas ficou encoberto, tudo bem! A entrada no Forte é gratuita, e antes disso, ainda espiei Praia do Cachorro, que tem uma piscina natural que o pessoal pula, o buraco do galego – mas esse não ficou pra nós.
Encerramos o dia com um hambúrguer mesmo na Vila, já estávamos bem cansados! E acho que o dia se dividiu entre ida ao Sancho, e passeios em praias. Vá no Sancho com calma, no melhor horário de maré, e encaixe o restante na programação como for melhor!
Dia 04: Lá fomos nós dirigindo novamente até a Cacimba do Padre, para aí sim chegar na Baía dos Porcos. A maré estava ok, e lá fomos nós em uma subida e descida entre as pedras. E olha, apesar de menos difícil que o Sancho, foi o que achei mais trabalhoso de ir com as crianças, de colocar e tirar eles, demoramos uns 30 minutos.
Ali aproveitamos pra conhecer um aquário natural com corais que é perfeito – mas é só pra olhar, multa de 10.000,00 se entrar – fazer umas fotos com os famosos Dois Irmãos, e mergulhar um pouco no mar. Ali não é a praia que mais gostei pra banho, então não ficamos tanto assim, mas é bacana conhecer sim.
Veja também: Mais Passeios e Transfers em Fernando de Noronha
Saindo dali, de carro fomos para mais duas praias que ainda não tínhamos ido. A primeira foi uma das mais badaladas, a Praia da Conceição, mas sinceramente? Não sei porquê tanta fama. É linda claro, mas talvez minha impressão negativa ficou por causa do aluguel de 50,00 que queriam nos cobrar de guarda-sol e duas cadeiras, e que como estávamos em grupo, teríamos que pegar 3 sem nenhum desconto por isso, e ainda pagar o que fôssemos consumir integralmente (tem um bar restaurante ali). Então saímos e só tomamos uma água de coco.
Fomos um pouco mais para frente na divisa da Conceição com a Praia do Meio, e achamos nosso cantinho. Brincamos neste pedacinho que tinham piscinas naturais na própria Conceição por um tempão (lembrando que não tem estrutura, então todo mundo estava de camiseta com proteção, chapéu e protetor) até abrir o Bar do Meio, um lugar famoso que foi nosso outro investimento em alimentação, mas que nos serviram frutos do mar e uma Cartola (sobremesa típica nordestina com banana da terra e sorvete) muito cara, mas a melhor que comi na vida.
E dali não saímos! A praia do meio estava MUITO convidativa e ficamos ali, nadando, vendo peixinhos (ali fiz snorkel e vi pequenos cardumes, e o Mateus viu uma arraia, ficou com um medinho, mas passou) pelo resto da tarde, estava incrível, mesmo! As crianças nadaram sem parar!
O pôr do sol no último dia não nos decepcionou e fomos para a Ponta do Air France, local que serviu de base para resgate e investigações do acidente da Cia Aérea que ia do Rio à Paris. Ali é onde se encontra o Mar de Fora com o de Dentro (basicamente de cada lado da Ilha), e o com a vista do Morro do Pico e dos Dois Irmãos ao Fundo, fechamos da forma mais linda possível o último fim de tarde da viagem para Fernando de Noronha.
Nosso jantar foi no Restaurante Flamboyant, na praça central, com apenas alguns petiscos, e o último sorvete delicioso da Gelateria Paradiso.
Esse dia foi um dia que curtimos e nadamos mais do que todos, já tínhamos visto o que mais queríamos, então, veja qual é a melhor praia que você quer aproveitar de acordo com a maré, e sejam felizes!
Dia 05: Hora de partir! Porém, ainda deu tempo de descer mais um pouquinho na Praia do Boldró, e curtir uma piscina natural nela, afinal, no primeiro dia a maré já estava alta. Ali achamos mais um espacinho com um belo azul turquesa, e para as últimas brincadeiras na areia, com o Morro do Pico nos dando a despedida!
Eu quis mencionar este dia porque há inclusive passeios para ver o nascer do sol (como a canoa havaiana) mas ainda dá tempo de curtir o último dia, principalmente se o seu vôo for no meio da tarde. O nosso era o primeiro, na hora do almoço, e ainda nos despedimos pisando na areia a última vez! Foi mágico!
Últimas considerações da viagem para Fernando de Noronha
– Pode parecer que foi corrido, mas de carro é tudo bem pertinho, e rendeu!
– Ir com crianças não é complicado, só precisa ter calma e disposição. Ainda assim deu pra carregar a turma pra todo canto e fazer mais do que eu imaginava!
– É diferente de qualquer lugar, mesmo do Nordeste. Sim será caro, mas vale cada centavo!
– De tudo o que fizemos, só senti (e por isso quero voltar) não ter feito a trilha do Atalaia, porque deve ser uma flutuação incrível, porém não sei se as crianças conseguiriam ter todo o cuidado que é necessário, já que nela não pode nem mesmo pisar no chão para preservar a flora e fauna marinhas. Mas isso não deixou a viagem para Fernando de Noronha menos incrível!
Bora pra Noronha? Eu iria denovo – com eles – hoje mesmo!
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otimo relato. super detalhado, sera a minha base para ir com o marido e filha de 3 anos.
Fico feliz Michelle. Tenho certeza que vocês e sua pequena vão aproveitar bastante um dos mais lindos paraísos brasileiros. Uma ótima viagem para vocês!
Amei ler sobre a sua experiência em Noronha, também sou Turismóloga!
Vou com meu marido e nossos gêmeos de 2 anos e 5 meses no final de junho, era pra ser uma viagem de casal, mas no fim vamos levá-los pois no fim ainda estão muito apegados pra ficar longe de nós.
Que legal Francieli, muito obrigada por relatar! Eu super entendo o apego… eu fiz a primeira viagem sem criança depois da maternidade após dois aninhos, porém eu fui e meu esposo ficou justamente por isso, e fomos em casal só 5 anos depois. Ainda assim a gente faz dar certo, e será uma delícia com certeza!