Flávia Sphair
O Instituto Inhotim é um passeio simplesmente único. Você pode rodar o mundo, mas garanto que não encontrará nada parecido com o que é realmente Inhotim. E esta arte você consegue sim visitar em família, e garanto que é um lugar para se conhecer em todas as idades.
Eu não podia deixar de escrever sobre Inhotim como um incentivo após os acontecimentos do rompimento da Barragem da Vale da Mina do Córrego do Feijão em Brumadinho, cidade onde fica o Instituto Inhotim e que está a cerca de 60km. Com certeza este espaço será fundamental para ajudar a cidade a se reerguer depois de uma tragédia tão grande. Visite a região porque você irá gostar muito, e colaborar com a população!
Inhotim é uma mistura de Galerias de Museus com Jardim Botânico e programação cultural. O local é enorme (grande pra valer) e você consegue fazer em um dia a grande parte do acervo, mas já adianto que não é uma tarefa tão simples, há muito o que ver – faltou pouco, mas nós não conseguimos ver tudo em um dia.
Porém, ele não pára, e novas galerias e obras chegam no Instituto, e inclusive novos espaços são construídos com certeza constância, o que fica ainda mais interessante fazer com calma em pelo menos 2 dias, se puder. Caso contrário, o dia único também é válido, mas você precisará selecionar o que ver.
Sendo assim, recomendo se hospedar em uma das belas pousadas de Brumadinho, onde você poderá desfrutar de sossego e paisagens lindas no entorno com a Serra. Nós ficamos em Casa Branca – distrito de Brumadinho, e tínhamos uma bela vista da Serra da Rola Moça.
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Outro ponto importante: prepare-se para andar muito. Além do espaço ser grande, algumas galerias são distantes umas das outras. O parque oferece um transporte interno (como um carrinho de golfe), que você opta ou não por usá-lo. Eles recomendam fazer com calma uma visita a pé, mas é muita perna mesmo que se usa. Compramos este ticket adicional e não nos arrependemos, e mesmo assim, caminhamos muito.
Mais uma informação útil: leve inclusive roupa de banho e uma muda de roupa para trocar lá. Isso porque há obras de artes integradas inclusive em piscinas, e você pode sim, entrar nelas. A região é quente e você provavelmente tem mais chances de sentir calor do que frio. Protetor solar e repelente também são muito interessantes de ter na mochila.
O ingresso pode ser comprado no local e há excursões inclusive que levam os visitantes partindo da capital de MG, Belo Horizonte. Porém, eu prefiro sempre ter a liberdade de ficar por conta, e é muito tranquilo ir de carro. Apenas se prepare que, caso fique em Brumadinho, pode pegar alguma pousada ou acesso de estrada de chão. Se vier de BH, é tudo asfaltado. O estacionamento deles é gratuito.
O que ver?
Essa é uma difícil pergunta. Há tanto o que ver, tente ver o máximo possível! E já te adianto: esqueça as galerias tradicional apenas para ver quadros ou esculturas, Inhotim tem arte contemporânea, e interativa. Existe sim galerias para apreciar – e pensar – com fotos e objetos para observar, mas muitas outras são feitas para mexer, tocar e usar mesmo, e isso torna a visita não apenas cultural, mas também muito divertida.
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Entre as muitas galerias de Inhotim, as minhas favoritas e que achei mais interessantes foram (e foi bem difícil escolher):
Doug Aiteken (o som da terra): É um pavilhão com um tubo de grande profundidade com vários pequenos microfones que capta o som que a terra faz. Eu não imaginava que a terra tivesse algum som, bem… eu estava errada! É interesssante.
Obra Sonora na Galeria da Praça: Essa pra mim foi a favorita de todas. Nunca imaginei sentir o que senti ouvindo no meio da sala uma composição de 40 vozes, na disposição como eles colocaram. Me senti no céu e me dá até arrepios de tão sensacional. Feche os olhos e sinta a música como você nunca sentiu.
Caleidoscópio: uma versão gigante do objeto onde você pode ser parte dele, fica muito legal!
Marilá Dardot: Para se divertir com as letras em tijolos, rende muuuuuitas fotos. Todo mundo acaba escrevendo seu próprio nome, mas use a sua imaginação para suas próprias palavras, frases e poses.
Para encerrar, mais algumas informações úteis:
> A alimentação no parque é variada. Tem restaurante mais sofisticado, e tem lanches também, mas escolha com antecedência no mapa o que deseja comer e onde, porque cada lugar tem algo diferente pra comer, vale se programar. Como é praxe, é um pouco mais cara se comparado a qualquer lugar fora da instituição.
> Se você vier em família e com crianças pequenas, algumas galerias possuem sim, conteúdos para maiores de 18 anos, bem poucas, mas todas tinha avisos e recomendações do porquê. Uma delas tinha fotos com alguma nudez, e outra com algo relacionado à violência. Demos uma olhada rápida e confesso que ficaram longe de serem as mais legais. Não me preocuparia com essas, aproveitaria muito todo o restante.
> Inhotim respira programação cultural além das exposições fixas. Sempre há eventos e atividades, e você pode visualizar no site o que terá no dia que você for, ou se programar. Tivemos sorte de assistir um concerto da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais quando estivemos lá, o que fechou nosso passeio com chave de ouro!
Se você pensa se vale ir ou não, simplesmente vá. Eu saí de Curitiba e voei param final de semana em Brumadinho basicamente para isso, e não me arrependo de forma alguma. Inhotim é um lugar único e vale conhecer!
Instituto Inhotim
Endereço: Rua B, 20 Fazenda Inhotim, Brumadinho – MG
Funcionamento: sextas-feiras – 9h30 às 16h30 / Sábados, domingos e feriados: 9h30 às 17h30
Ingressos por R$ 44,00 a partir de 5 anos, entrada gratuita na última sexta-feira do mês (exceto feriados). Meia-entrada mediante comprovação. Transporte interno cobrado a parte ou opção de transporte exclusivo (verificar no site). Estacionamento Gratuito. Valores de Agosto/2021.
Site – https://www.inhotim.org.br/
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