Flávia Sphair
Quando decidimos que precisávamos de uma viagem e um tempo só nosso como casal, estávamos pesquisando algumas opções de viagens, quando encontramos uma super oportunidade (leia-se excelentes preços) de ir à Fortaleza. Não era a primeira opção, mas se tornou, e sem arrependimentos! Já me animei para montar uma trip à dois mesclando descanso com lazer e diversão, e comida boa apenas de chinelo nos pés, e lá fomos nós!
O nosso roteiro foi com carro alugado, e como curtimos a liberdade de ir e vir, geralmente é nossa opção, salvo em destinos com transporte público fácil e de maiores atrativos na própria cidade. Como iríamos sair da capital, alugamos, e se puder, alugue um “carro alto”. Não que pegamos estradas ruins, onde dirigimos estava legal em um todo sim, mas existe maior conforto para rodar nas proximidades desse litoral.
Vem para o Ceará com a gente agora!
Dia 01: Saímos cedinho pela manhã e chegamos no meio da tarde em Fortaleza, (no calor que pouco tenho em minha terrinha e que adoro, o inverno no Ceará é no máximo uns 25-26 graus, ou seja, só leve um casaquinho para a brisa da noite e olhe lá).
Depois de pegar o carro, tirei uma saia de praia fomos logo pisar na areia. Tínhamos (e vocês também tem) duas opções: Ou assistir o famoso pôr do sol na praia de Iracema, ou aproveitar as barracas e ver um pouco do agito na Praia do Futuro, e uma está pra cada lado. Fomos de segunda opção e conhecemos a praia famosa pelas Barracas de Praia, que de barraca tem só o nome: são complexos com restaurantes, música, piscina e inclusive com áreas infantis, e até show de humor já perto da noite. Há opções mais moderninhas, outras mais simples, e nós ficamos na Crocobeach, que é uma das mais conhecidas. Estava animada, tem piscina e é familiar, e tem inclusive massagem. Comemos uma carne de sol, e achei tudo bom, digo não espetacular, mas fomos bem atendidos e a comida estava gostosa.
Nessa área tem bastante vagas para estacionar na rua, e há alguns estacionamentos particulares também. Há muitas vagas, mas você ficará mais próximo ou não do maior movimento e atrativos de acordo com o dia e horário que chegar, aí vale ver o que compensa para você.
Já a praia é de mar aberto e bem longa, mas eu pessoalmente não curto tanto para banho o mar mais agitado. Foi legal conhecer, mas sou um pouco mais do sossego (o marido é do agito) e na próxima, vou de pôr do sol em Iracema.
Pegamos o carro em direção à Aquiraz, até nosso Resort, onde jantamos e passamos o restante da noite do primeiro dia (até porque estávamos um pouco cansados dos voos). Como seriam apenas 3 dias depois de 5 anos sem viajar em casal, achamos que merecíamos uma hospedagem boa mesmo. Nossa escolha foi o Carmel Charme Resort, reservado pelo Booking.com (e conto aqui como é utilizar o site, caso você ainda não tenha usado essa opção).
O conceito do hotel é de um padrão mais elevado, mas daqueles que você não se arrepende mesmo de investir em um lugar como esse: recepção com água de coco, excelente atendimento, bilhete de boas vindas escrito a mão, mimos diários no fim da tarde (os docinhos eram devorados por mim assim que chegavam em minhas mãos) e sem falhas na internet. A piscina era linda e grande, e muito sossegado, e olhar para a praia era uma paz… estivemos em apartamento, mas também há 2 chalés com piscinas exclusivas, além de as refeições serem divinas (veja também o review completo do Carmel Charme aqui no Blog).
Dia 02: Depois de uma tapioca e algumas delícias do Café da Manhã, optamos por fazer o passeio em Beberibe. A partir de Aquiraz, são cerca de 60 km, e algo importante sobre essa escolha: É bem comum empresas de turismo saírem de Fortaleza para fazer o passeio das 3 praias, que faz Morro Branco e Das Fontes em Beberibe, e Canoa Quebrada, todas em um único dia, saindo bem cedo da capital, retornando no início da noite. Até pensei em fazermos as 3 também, mas queríamos ir com calma e aproveitar o descanso que há tanto tempo não tínhamos, então, optamos apenas por Beberibe, já que dali são mais 100km até Canoa Quebrada. Não queríamos um dia tão cansativo e vamos na próxima.
O que sabemos é que ambas tem lindas Falésias e um mar claro, artesanatos de areias coloridas e restaurantes, porém, Canoa Quebrada é um pouco maior e tem mais movimento a noite, e isso não tem em Beberibe, que apenas possui uma mini vila de artesanato que funciona durante o dia, e na baixa temporada mais pela manhã: voltamos de tarde antes de ir embora e a maioria das bancas já havia fechado, já que poucos turistas fazem o passeio a tarde em Beberibe. Meu plano é irmos em uma próxima vez para ficar hospedado em Canoa Quebrada, e aproveitar melhor o local como um todo.
Se for de carro à Beberibe como nós, coloque em seu GPS Praia de Morro Branco, e vá até o fim. Vai aparecer gente no meio do caminho (os carros alugados são praticamente todos de Belo Horizonte e eles sabem quando você é turista) oferecendo passeios de bugue, mas escolha apenas o passeio com os bugueiros credenciados, por segurança. Existe uma associação de bugueiros de Beberibe que fica bem em frente a uma base de restaurantes e área pra estacionar em Morro Branco, e eles estão identificados. Você acerta o valor (cerca de 180,00 em agosto/2018) na hora, e dá pra sentar ou na área de cima do bugue, ou ao lado do motorista e mais embaixo (recomendo no caso de crianças muito pequenas).
Há duas opções de passeio: apenas as falésias e praia das fontes, ou até o final que vai até uma lagoinha de água doce. O valor é apenas 20,00 de diferença entre um e outro, e não faz sentido nenhum não pegar o completo. Você demora umas duas horas para fazer tudo.
Outra coisa que você pode fazer é levar bebidas em consignação de um dos restaurantes da base. Eles colocam tudo em uma térmica, e se ficar com sede no caminho você toma o que quiser. Só se paga o que for consumido, e o preço não é diferente do que é cobrado normalmente.
O passeio se inicia pelo lindíssimo Labirinto de Falésias, capa deste post. O bugueiro leva você para a parte alta, e um guia que manja de tirar boas fotos (abuse dele) te acompanha pelo caminho contando alguns fatos, mas de forma bem tranquila.
No final do caminho, que você demora uns 15 minutos para fazer, parando o quanto quiser para ver e conhecer, você chega na base e o bugueiro te encontra lá embaixo. O guia fica por ali mesmo (e você contribui em dinheiro o quanto desejar para ele) e segue para ver a praia e as fontes: são várias fontes de águas que saem das rochas das falésias, de água doce, e tem várias no caminho: você pode se refrescar e parar em algumas delas.
A primeira parada com o bugue é na pequena gruta, que já possui algumas fontes, e praia claro, está logo em frente. Você vai andando pela praia e vendo as fontes que saem das rochas. Há duas fontes, que estão juntas, e são especiais: a dos carecas e da juventude, e você toma banho na que mais te interessar (ou em ambas, é claro).
Você segue vendo a beleza das praias e das falésias até elas diminuírem um pouquinho do tamanho e chegar, enfim, na lagoinha, última parada antes do retorno do passeio. Quando você chega lá, apesar de não ter um tempo fixo, em geral você fica uns 15-20 minutos também pra curtir a água doce dela e relaxar um pouquinho.
Na beira da lagoinha tem mesas, guarda-sol e comidinhas, e tem redes na própria lagoinha (ouvi dizer que tem lugar no nordeste que cobra pra fazer foto e ficar na rede, fiquei chocada, mas não foi nosso caso não, fomos bem de boa e ninguém pediu valor nenhum). Pegamos espetinhos de queijo coalho e água de coco no esquema 3 por 10,00 (porque 3 de qualquer coisa dava 10,00 no final) e ficamos um tempinho curtindo os últimos momentos do passeio até o retorno.
O interessante de Beberibe é que tomamos banho de fonte, de lagoa e foi muita água, mas no fim, não era salgada! Só a areia do pé mesmo, e se não quiser entrar no mar não precisa: você vai aproveitar muito bem e se refrescar muito!
No retorno à base de Morro Branco, almoçamos um prato de frutos do mar, e antes de ir embora, passamos na vila garantir nossa lembrança das areias de Beberibe (que aliás, são extraídas de uma base permitida a 7km para frente do labirinto, que é proibido extrair) e retornamos para Aquiraz.
Antes de voltar ao Resort, paramos rapidamente em Iguape, um centrinho que tem uma associação de rendeiras. Há várias bancas (boxes) e tem de muitos tipos, tamanhos, e claro: preços! Há rendeiras super ativas com seus 70-80 anos, e que fazem por desejar manter a tradição, sabe que cada vez menos “as moças se interessam” como ouvi, mas que elas então o fazem com alegria. 
Iguape é uma praia de pescadores, de vida simples, e com uma bonita duna também para admirar a paisagem. Ela só nos deixou uma lembrança um pouquinho dolorida: há muitos cactos junto as dunas, e no fim e me espetei na mão e o marido no pé! Então, vão com calma se encontrar eles no caminho.
Muitos hóspedes do Resort caminham até Iguape, dá cerca de uns 4km, é um bom programa também, mas nós voltamos de carro também pra curtir o restante da tarde na piscina. E Como a comida do Carmel Charme é MUITO boa, nós jantamos novamente no resort e nos preparamos para o último dia, que garantiu muita diversão.
Dia 3: Acordamos sem pressa, comemos as delícias do café da manhã e arrumamos a mochila para o dia de Beach Park! O parque aquático mais famoso do Brasil nos aguardava, e lá fomos nós!
Os detalhes sobre o Beach Park estão neste post, mas não tem muito mistério em relação ao que fazer no parque. Sendo apenas nós dois, optamos alugar e por guardar nossos pertences em um armário e aproveitar sem estresse o dia no parque.
Por ser baixa temporada, pegamos poucas filas e conseguimos fazer tudo o que queríamos do parque antes mesmo de parar pra comer (claro, não almoçamos cedo, mas foi bem tranquilo). Brincamos em alguns escorregadores com boias, que foram os meus favoritos, demos um tempo nas pernas na correnteza, e depois encaramos mais alguns tobogãs, incluindo o radical insano: vale a pena voar nele!
O Beach Park tem uma praia legal bem em frente e você tem livre acesso nela. Como o parque tem mais lanches e na área de praia tem comida, quisemos provar algo nordestino na praia: fomos de baião de dois, além de um sorvetinho esperto. Ficamos mais um pouco no parque e fomos embora. Demos uma última volta na vila e fizemos mais algumas paradas.
Primeiro, fomos ao mercado, algo que sempre fazemos para procurar os produtos locais. Pegamos cocadinha, cajuzinho e o que mais queria: o refrigerante de caju, que foi muito aprovado! Depois ainda paramos no Centro de Artesanato de Aquiraz, que fica na rodovia bem do lado do acesso que vai ao Carmel Resort: tem várias bancas de produtos típicos, rendas, etc. mas já estavam fechando quando chegamos, pouco vimos.
Leia também: Review de nossa estadia no Carmel Charme Resort
Nesse dia, encerramos o passeio quando voltamos nas proximidades do resort e nas dunas em seu lado vimos o pôr do sol entre praias e dunas, e estava lindo, como foram bons esses 2 dias, e logo depois já aproveitamos nosso último e delicioso jantar.
Não houve um dia 4, mas não posso deixar de mencionar que ainda deu tempo de fazer um último programa: o nascer do sol. Sim, acordamos 5h20 para não perder o espetáculo da natureza, coisas que fazemos quando não temos os filhos pequenos com a gente: programas sem horários. Ainda deu tempo de beliscar o café da manhã e retornar para casa!
Que tal uma trip a dois assim? Eu mais do que recomendo!
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