Flávia Sphair
O novo coronavírus realmente impactou o mundo todo, e claro, o universo das viagens é muito afetado. Após a declaração de pandemia dia 11 de março de 2020 pela OMS – Organização Mundial da Saúde, e com tantos compartilhamentos em redes sociais e notícias dos principais portais, há uma certa tensão e pavor no ar.
Porém, não precisa ser assim! Reflita e pense antes de tomar quaisquer ações relacionadas ao coronavírus em sua família, inclusive se vai mudar alguma viagem já agendada, ou se pretende fazer planos para a próxima!
Já tivemos pandemia antes!
Não é primeira vez que enfrentamos no mundo uma pandemia de grandes proporções. A gripe suína, nossa velha conhecida H1N1 também foi uma pandemia em 2009. Você se lembra como foi?
Eu sim, e eu ainda trabalhava em empresa multinacional, e continuei a trabalhar normalmente. Tive um colega que foi diagnosticado com a doença, e ele sim ficou em casa por um período em isolamento, assim como uma colega que teve suspeita e ficou também por um tempinho em casa. Tomávamos mais cuidados em relação a higienização de mãos e contatos físicos, mas como aqui no Brasil, e na maior parte dos países, não houve contaminação em níveis tão drásticos, nos cuidamos e ficamos atentos, porém, sem mudar completamente a vida.
Acredito que precisamos sim sempre estar alertas, e preparados caso aconteça como o coronavírus na Itália, que infelizmente fechou o comércio, escolas e a vida em um todo da população, mas já lidamos com situações similares antes, e já estamos sabendo do que acontecesse no mundo desde o início do ano. Precisamos saber o que fazer antes de efetivamente fazer o que pode ser desnecessário, e sempre prefiro ser otimista!
As mortes X o número de curas
Outra reflexão que faço em relação ao coronavírus é que a própria mídia, e as pessoas em geral, acabam considerando muito mais o número de mortes do que o número de curas. Não deveríamos fazer o contrário?
Com uma análise um só um um pouquinho mais profunda, vemos que o número de curados no mundo é muito maior do que o de mortes. As pessoas infectadas em geral precisam ficar no isolamento domiciliar, assim como repousar para se recuperar, mas os casos de falecimento são muito maiores nos grupos de risco como pessoas mais idosas com a saúde já fragilizada, ou com pessoas que já possuíam doenças crônicas.
Na data deste post, mais de 50% das pessoas que foram contaminadas pelo coronavírus já foram curadas (fonte R7). É nisso que precisamos nos concentrar!
Devo cancelar minha viagem?
Depende muito do seu caso e situação, mas acima de tudo, é preciso analisar, especialmente em relação a quando ela acontecerá. Países com surtos e número alto de infectados, como Itália, Coréia do Sul e a própria China, onde o coronavírus começou, de fato devem ter viagens adiadas até que as autoridades locais confirmem a estabilização da contaminação em seus territórios.
Para demais casos, é importante considerar datas, cidades e localidades. Se eu fosse para os Estados Unidos, por exemplo, provavelmente não cancelaria de imediato meus planos para a maior parte do território de forma geral se a viagem ocorresse daqui algumas semana, porém pensaria bem se fosse o caso da viagem ser no estado de Nova Iorque, porque ali houve uma concentração maior de casos do que no restante do país.
Em países, incluindo o seu, onde o número de casos é pequeno, especialmente em cidades menores com grupo bem mais reduzidos de pessoas, incluindo viagens de carro com menor contato de espaços com possíveis aglomerações de pessoas, eu não mudaria nada, mas sempre acompanhando a evolução diariamente.
Vale pensar bastante e lembrar que muitas das nossas viagens exigem sacrifícios, envolvem sonhos, e mudar estes planos também custa caro,já que a maioria das empresas acaba cobrando multas. Neste caso, eu adiaria os planos apenas em casos extremos e realmente confirmados.
Tenho Seguro Viagem. Isso realmente ajuda?
O tratamento do Coronavírus, de modo geral os planos entre as seguradoras excluem casos de pandemias. Você pode não gostar, mas faz sentido: isso seria inviável para as empresas, considerando a proporção que pode alcançar. Ainda assim, leia sua apólice com cuidado para saber todos os detalhes, porque há variações entre planos e empresas.
Isso não significa que você não possa fazer um exame para ao identificar a doença. A maioria das seguradoras oferecem o exame para detectar positivo ou negativo para coronavírus. Depois disso é que as coisas ficam por conta do próprio viajante.
Ainda assim, vale a pena conhecer o que a lei exige. Então é interessante ler a sua apólice e verificar se ela está de acordo com as leis vigentes do país, e se não há nada abusivo no caso de você ficar sem um tratamento ou exame que deve ser realizado.
Minha outra dica: se você vai viajar, informe-se também sobre como proceder se precisar de um hospital ou tratamento médico no seu destino. Esteja preparado para lidar da forma mais tranquila possível com esta situação.
Estou com medo de viajar, mas queria mesmo assim. O que fazer?
Eu sempre quero viajar também! Mas eu ponderaria apenas o destino, e não deixaria de planejar inclusive algo nesta época, desde que não fosse para um local com casos confirmados. Aproveitaria um final de semana de natureza em uma chácara (veja se continuam aceitando turistas, para garantir), cachoeira ou algum atrativo ao ar livre, afinal, vai que está bem no meio das duas férias!
E você pode reservar sim viagens futuras, mas minha recomendação é para locais com poucos ou nenhum caso, e reserve serviços que cobrem pouco ou nenhuma taxa de cancelamento. Afinal, em uma situação extrema, você não terá prejuízo financeiro.
Acredito que com o coronavírus, assim como qualquer tipo de doença contagiosa, é preciso ter os devidos cuidados e planos, além de informação. Se estiver tudo bem nestes três tópicos, vai tranquilo então, e mesmo que não seja para o destino que você pensou, não deixe de aproveitar outro que pode ser muito legal também!
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